eu queria mesmo era criar um post dedicado a cada palavra do dicionário. mesmo as palavras sem coisas, as palavras feias, as palavras burocráticas.
sentei com os volumes do meu dicionário antigo, de capa de couro vermelha e dourada. queria mesmo. abri um por um e ia lendo palavras ao acaso e me deleitando com as inúmeras possibilidades, com a ideia de que chegaria um dia em que eu teria dedicado um pouco do meu tempo a cada uma delas. eu as conheceria todas.
ao mesmo tempo sentia a angústia ao ter de aceitar que esse é mais um desses projetos que ficarão inacabados porque a vida nem é tão longa assim. tipo ler todos os livros da minha lista de livros pra ler ou conhecer todos os lugares que eu acho que preciso conhecer antes de morrer. pensei que, seguindo a ordem alfabética do dicionário interminável, eu talvez nunca pudesse dedicar um post às xícaras, de que gosto tanto. mais um desses desejos impossíveis de completude.
enfim, entre o entusiasmo e a frustração, decidi afrouxar as regras – que já seriam arbitrárias de toda forma – e abrir o coração para as pequenas calamidades inerentes ao impulso colecionista. vou escolher uma palavra assim, do jeito que me der vontade. com a cara do dia ou ao completo acaso ou por qualquer outro motivo mais ou menos interessante. também vou, amanhã mesmo, comprar um dicionário menor e atualizado.
e é isso.
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